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Vírus x humanos, mas e os animais?

Vivemos numa situação atípica, porém já vista pela história, de uma pandemia fazendo milhões de vítimas. Nesse cenário muito se discute sobre o consumo animal e seus impactos. A culpa de todas as epidemias realmente é do consumo de carne? Nem sempre. Dentre as epidemias mais famosas várias delas foram causadas por bactérias que se alastravam pelas péssimas condições de saneamento básico do passado como a peste bubônica, a tuberculose e a cólera. Já as epidemias originadas por vírus, estas sim envolvem direta ou indiretamente outras espécies animais.

Existem muitas publicações veiculadas principalmente por pessoas veganas utilizando a pandemia como um motivo para fazer as pessoas se tornarem vegetarianas. Entretanto devemos ter muito cuidado ao utilizar o contexto atual para envolver o consumo de carne.

Precisamos lembrar que veganismo tem objetivo de combater o especismo e com isso analisar o que seu interlocutor pensa quando você aponta que "comer carne aumenta o risco de pandemias". Ao contrário do que nossa intenção quer demonstrar, as pessoas continuarão focando no ser humano como única vítima de uma pandemia e que parar o consumo de carne antes de mais nada beneficia a nós, independente dos animais se salvarem ou não.

Você deve estar pensando "mas na prática irá salvar animais se o consumo de carne diminuir". Isto é verdade, porém que mundo estaremos construindo onde o especismo ainda continua enraizado mesmo com as pessoas parando de comer carne? Um caso emblemático é o caso do Peru onde pessoas começaram a assassinar morcegos com medo de transmitirem corona, pois enxergaram o animal com preconceito e nojo como se eles fossem os vilões da pandemia. Animais não transmitem doenças porque querem, mas sim porque são tão vítimas dos vírus tanto quanto qualquer ser humano contaminado. Por isso tomem cuidado ao usarem a pandemia como argumento positivo para a causa animal, dependendo da abordagem podemos estar apenas reforçando mais especismo nas pessoas.

Luiz Paulo Sacoman Almeida

Luiz Paulo Sacoman Almeida

Vegano desde 2009 e ativista desde 2012. Formado em Geografia pela UEM e atua como professor, porém já trabalhou vendendo marmitas veganas em Maringá.

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